uma estrada longa e velha,
manchada com sangue, choros e velas,
estampada nas telas de qualquer pintor,
representa então, tal estrada o amor
de quem sonhou um dia passa lá por ela?
aliás de quem era esse sonho?
e na estrada corre um drama à toa,
uma comédia, vidas ruins e boas,
ritmos, rimas, loucos,
e de esperança não morrem jamais.
sabem da vida da gente,
felizes, contentes porque da estrada vivo ninguém sai.
o nome da estrada é solidão, dizem,
sem solução, cometemos deslizes,
sem as estrófes não somos felizes,
a vagar devagar pelo tempo,
sem acalmar os ânimos ao menos um momento,
sem jogar uma palavra ao vento,
dentro de um coração amargurado,
que de pirraça não foi visitado
por ninguém a não ser por ti mesmo,
se um dia pensares que o coração morre,
organizarei para ti um cortejo.
desde pequeno sonho com meu dia,
em que da estrada enfim saírei,
no horizonte já enxergo uma esquina,
uma vida inteira sabendo o que sei.
que o caminho se encerra talvez.
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