segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


medidas drásticas e conversas internas

em um pedaço de papel velho e acabado,
coloco dúvidas e desesperança.

- escreve esse lixo e te liberta!
- não posso fazer isso,
vou à luta!
- faça o que bem entender,
sem pensar nas consequências...
- NÃO!
NUNCA!
JAMAIS!
prezo pela exatidão do coração,
o não vermelho das mãos e dos olhos,
a alegria e a ordem de viver cada dia após o outro.

- de óculos vejo melhor a situação,
com tatuagens cheias de significações e dores,
coisas em comum e tolas,
sérias e mais amores.

- é o que quero,
mas não posso não!

- bobagem!

- não!

a vida é mais que isso.
a vida é (cumplicidade).

campos grandes, infâncias e suas implicações

me vejo em uma encruzilhada,
como expulsar meus demônios,
mais escuros que a consciência de quem me olha de fora,
e ver com clareza o que me faz bem?
mas ao mesmo tempo,
incertezas e lembranças,
imprevistos, temperanças,
me impedem de seguir em frente.

sei o que é bom
pois meus pais me ensinaram,
me falaram, ensinaram,
predicaram, meus subjetivos,
objetivaram meus indicativos
e imperativaram minhas verbalizações,
mas não consigo enxergar na frente,
cabelos enrolados,
casas de vila,
longe de casa,
apenas de mochila nas costas
me tapam a visão.

portanto, não sei ao certo o que quero,
mas sei bem o que não quero 
e vou atrás disso.

pode ser errado,
mas nada que duas estrófes grandes e duas pequenas não resolvam.

e tudo se resume em alguns beijos.
um amigo meu me disse

um amigo meu me disse,
"sua vida cheia de histórias e
essas rugas marcadas pelo tempo"
não concordo, mas tenho um espírito,
aceitador,
um coração de mãe,
sempre cabe mais problemas,
um passado presente,
experiências,
ciente da beleza das coisas,
um sorriso,
um conselho,
estou sempre aberto a receber,
e como não, falar de tudo,
os segredos do pouco,
do muito,
sobrevivo e vivo,
amoroso sou e me vejo,
se meus amigos não me veem,
quando veem é a festa.

sou do tipo que se joga de um carro para pegar uma moeda,
enquanto salvo da morte um amigo.

reserva.

fiz reserva em teu coração,
caminhos tortos,
caindo, arrebentando a sandália,
um caminho de luz me afastou de Amália,
Jocasta, Luizas e Fábias,
tenho em mim uma urgência em você.

fiz reserva em teu coração,
de mão em mão passei o meu,
mas enfim de hoje não passa,
seja lá o que for que não leu,
ouviu, ficou sabendo e não entendeu,
pequenino sou,
entro por uma narina,
um orifício, de repente amplo,
santo sou, mas não,
vou atrás.
rápido chego até ele,
vermelho,
sangrando,
a qualquer preço,
me tenha do avesso
ou estreito,
direito...
sou seu.

fiz reserva em teu coração,
quando bati a porta, não havia nada,
abandonada tinha acabado de ser,
e no meio da poeira,
penduro na parede uma placa,
lá fora, saio de maca,
cá dentro só sei amar.

na placa dizeres claros,
havia chegado,
no "lar doce lar".
a paz do sorriso

a paz do teu sorriso,
um riso, infinito,
revela o siso e me deleito,
a carne dos lábios umedeço,
desço e te busco na praça,
com amor e carinho
tu me amassa,
me dobra e me joga na mala,
viajamos juntos,
te chupo, uma bala,
um sexo, calma!
vamos juntos ao nosso querer.

tudo que me dá, meu bem,
é aquilo que peço,
quando tu fecha os olhos,
me despeço dessa vida
que vida?
tanta cor se vai,
quando não estás,
tanto fiz em vida,
nada que faça sentido
se da porta pra fora te coloca.
quase me matou de amor,
essa rima instantânea,
um abrigo errôneo em teus braços,
ora mortos, ora armados,
não me encontro,
sempre fui de ver as luzes e as árvores
me cobrem,
me combina o verde das folhas
e o mel de tuas palavras.

sempre tão poético,
forçado o desejo,
intenso e de hora em hora revejo
teu véu derrubado,
passado pra trás teu casto,
teu visto
um traço e me desfaço em dor,
sempre tão hermético,
vivendo ao relento me despeço da vida a dois.

quase me matou de amor,
me amotinou,
me encheu de terror,
me reunião,
me bebeu e fumou,
a coragem ficou pra trás,
se tu me traz, me desfaz,
me distrai em alegria,
tira o sutiã, me alivia,
eu beijo teu corpo
e me vejo,
um tolo,
enlouqueço e nem penso

quase me matou de amor
e o fim é próximo,
vivo do ócio,
deitado na cama te espero
não quero te dar...

uma vida, senão de prazer,
lençóis limpos sem ter nem porquê.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

um sentimento automático

um sentimento automático,
uma drenagem de sonho,
um aromático som,
um semi prático dom,
um disparate e um tom,
cantando canções de amor,
escrevendo errado, não sei,
vivendo a vida uma vez,
duas, quem sabe até três.

um sentimento automático,
uma tranquila passagem,
uma singela homenagem,
um acento circunflexo,
uma ode ao desejo,
uma trova, um beijo,
um coração que não vejo
mas que só bate, lateja,
quando te vê bem bonita,
quando te vê de calcinha,
quando te vê toda minha,
quando é mais puro o contato.

um sentimento automático,
acaba com minhas rimas,
beleza pouca, ilumina,
os teus cabelos dourados,
teus lábios adocicados,
começam o que termina
as tuas mãos tão sedosas,
se entrelaçando nas minhas.