segunda-feira, 29 de maio de 2017

imensidão

eu não tinha o que dizer,
perguntei porque pra vida
era tão vazio,
sozinho,
deselegante.

eu tinha ideias
velhas,
cuecas e meias velhas,
meias verdades velhas,
e copos meio cheios.
mas quis o tempo que as perdas
e ganhos fossem me intimidando,
era tudo muito incômodo,
incomodando meus medos e modos,
fui me transformando, um belo dia, era quente,
as ruas movimentadas, os carros, o vento soprava,
os velhos jogavam suas inseguranças nos caixas de banco.

dentro de mim nada mudava, eu era calado e solteiro, na alma de moço, era um estorvo pra mim mesmo, sufocava, alinhava a desesperança e o alcoolismo.

mas os pássaros e todo o resto mostravam que não precisavam de mim.

e eu só soube sorrir diante das coisas simples.