segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Überzug ( Verlangen)

Sumiu e nunca mais me achou,
sumiu e nunca mais voltou,
assim, de repente,
sem dó, sem dor,
voou e voou e voou,
pra bem longe.

Sumiu e de relance eu vi,
a carta que mandou pra mim,
cheio de mundos e fundos,
cheio de dengos extremos,
cheia de tanto desse sentimento
mútuo.

Sumiu e quando voltou,
me trocou, sei lá,
me usou,
e volta enfim casada.

Sumiu e sem querer chorei,
chorou,
me olhou como se tudo fosse um só,
e a alegria em fim voltou.

Ou pelo menos tentou voltar,
até que o louro alto,
falando alemão ralo,
de supetão apareceu na porta.

- das wenn rosine hier? eine emeinheit?!

e aí logo voltaremos à realidade.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Idade Média

Levando às bestas atrozes,
guerreiros ferozes,
donzelas magrelas
sem medo da dor.

É esse medieval,
sem medo do carnaval
de ter seu fim
no fogo dos dragões de Akihanut!
Poema

O melhor poema
não é aquele que diz,
mas aquele que mostra,
solta o verbo e diz assim:

'Poema é poema,
soneto é soneto,
esses textos são textos de emoção sem fim.'

Mas enfim poema é o que podia ter sido:

'Um bando de coisas amontoadas,
sentimentos sem sentido'.
Inimachucavel

É inimachucavel,
casável, moldável
o que eu vejo em mim.

Nunca havia estado,
sempre imaginando as coisas assim.

Imaginando a vida,
surpresas vividas,
queridas conversas
que são mesmo o fim.
A teoria dos pombos

ela em si já é um poema, e como se não bastasse, ainda é um relâmpago que vai e volta, do mesmo lugar, com a mesma intensidade. ela é cativante pra quem não sabe o que isso significa e interessante no meio das pedras mal lapidadas. Baseado nos pensamentos 'avoados' de Nina Beatriz Pompeu.

De uma linda ave alva
nasce um bicho novo, solto,
ele é dono disso tudo
que estamos a enxergar.

Esse bicho novo é negro,
perigoso, injustiçado,
dono de penas tão raras,
tomado, tão acabado.

Dominarão o mundo,
essas aves, esses pombos,
esses bichos tão tristonhos,
só que sem mais ter porque.

A cidade será deles,
que por medo ou descuido
dão aos humanos o mundo
que eles querem destruir.

Os pássaros da cidade,
tão misericordiosos,
se encontram, vivem todos,
de cabeças para baixo,
mas a coroa em todas elas
evidencia ferida aberta,
demonstrando a realeza que outrora era verdadeira.

Mas os pombos negros, outrora brancos,
dão um viés de saudade ao que estão a enfrentar,
quando tomam de assalto, todas as coisas terríveis que tiveram de passar.
Os 4 cantos

tem gente que faz falta sem nem mesmo ter levado consigo a capacidade de deixar saudade.
tem gente que faz da saudade, a falta de capacidade de sentir falta de alguém.
e tem aqueles que simplesmente estão lá , mas ainda sentem saudade de estar, mesmo que seja necessário ir embora.

sábado, 21 de agosto de 2010

Poesia da Sanidade

O problema de ser louco,
apesar de ser tão solto,
a alegria dura pouco
pra quem deixa de sonhar.

De loucura eu não morro,
de certezas já não corro,
maluquices, desaforos
que mais tenho que enfrentar?

todo esse dia a dia,
sempre na mesma harmonia,
loucas, loucos, loucos, loucas,
dando voltas e mais voltas com o que
tenho de aguentar.

Que loucura louca é essa,
onde vai com tanta pressa,
pelo menos se despeça
de mim quando for embora...

sanidade corriqueira,
superou essas fronteiras
já saindo porta afora.

E ao lidar com a sanidade,
tinha desacostumado
é tão fácil ser amado...
sem esse brilho selvagem,
e então o que me sobra,
escrevendo essa obra
esse poema quebrado.

Sem saber o que estou dizendo
esse texto vai morrendo,
e a loucura vai querendo
e querendo demais cor...

acho que essa sanidade,
que tentei por tantas partes
esconder de minhas entranhas
que decepção tamanha
ver como sou louco em dor...

mas não se esqueça, pensante!
meu amigo ignorante,
que um louco ainda pode
cantar e te dar amor.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Reflexão (amizade V)

pra ele, Daniel D.
pra ele, Kainã G.
pra ele Henrique N.
pra ele Jorge M
pra ele Gabriel C.
pra ele Matheus M.
pra ele Victor P.
eles me ajudam a pensar, escrever, e estarão lá antes do fim.

amigo, me ajude a morrer,
mesmo que não saiba que foi sem querer,
querendo ou não ajudará você
a espantar os monstros que te cercam.

amigo, me ajude a crescer,
mesmo que me tentes a não mais viver,
em diversos tempos me vi sem mais ter
aquela graça toda que aos poucos me levam.

amigo, me ajude a escrever,
algo que não seja horrível,
algo que seja plausível,
versos de não sei o quê.
Adultério

obrigado

Me sinto perdido, roubado,
passado pra trás,
metido em loucuras,
fervuras demais,
levando pra casa
o medo que faz,
da guerra e confusão
uma forma de paz.

Agora desisto ou insisto
em não querer nada,
decepção amarga
de tanto querer mal.

De tanto causar fingimento,
mentira cruel me desfaz,
a rainha que outrora dizia
que de verdade não se desafaz,
e de alegria é mais fácil a vida
e que de choro a gente leva e trás.

Dentro de tudo, o cansaço imenso,
faz emergir aquilo que te agrada
por tanta mágoa escondida dentro,
por tanta coisa não agraciada.

E nessa vida tanto sentimento,
tanta vida, tanto medo errado,
tanto amor deveras enrugado,
não é verdade viver só na paz...

de quem diz ' te amo' aqui dentro,
mas que lá fora ama tantos mais.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Amizade IV

Parabéns pelo seu dia, Gui, obrigado por ser sempre um dos melhores. te amo cara!

Tantas vezes na vida chorei
por achar que não tinha um amigo,
desde quando entenderei
que sempre estarás comigo?

que todas as coisas que vivemos,
são todas das quais me lembro
sempre juntos nos queremos
viver, brincar, driblar o tempo

para que a alegria venha,
e para que amizade pra sempre tenha,
um coração inundado de sentimento,
e nada mais.

Sempre se lembre, amigo,
estarei sempre aqui,
lutando e chorando contigo,
sorrindo e brigando por ti.

domingo, 8 de agosto de 2010

Amizade III

Léo Calandrini, meu fera esse é seu!

Sinto falta do que foi,
tanta falta do depois,
as vezes falta de nem ter,
falta incrível de você,
amizade sem querer,
quem me deu a luz de ver,
que amizade não se compra,
e nem teria porque.

Comparando as amizades,
peso tudo na balança,
quem tem sua irmandade,
acredita e alcança.

O depois, o impossível,
não parece tão terrível
quando estava a reclamar.

Às vezes o que se pede
é simplesmente 'quero estar aonde está'

sábado, 7 de agosto de 2010

Sinfonia do Amor

Meias entradas, meias oitavas, meias claves,
tanto querer, tanto poder, não aceitar,
e de alegria vou guando os enclaves
e atribulados os acordes a tocar.

E dessa música divina ao coração
nasce um amor, quanto amor em versos teus!
de vez enquando até tentas dizer não,
mas sempre arrumas tempo para ler os meus...

mas se nada dessa música aprender,
se nada mesmo quiseres ter tanto fim,
nessa canção, do coração me fez querer
teu coração em sinfonia escrevo assim.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Texto de encerramento do meu primeiro livro, O Mágico Convívio, cotidiano do jovem poeta.

Poesia do C’est Fini
 
De tanto me acabar em verso,
resolvi parar de escrever,
mas outros ventos, textos que converso,
trarão a paz que costumo querer.
Bem de verdade eu repouso a pena,
em pergaminho e tinta já não penso,
penso em levar a vida mais amena,
e escrever um texto não tão tenso.
Quando voltar saberás que estive
alegrando outros horizontes,
voltarei suspeito de alguns crimes
e na mochila trarei verso aos montes.




segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ficar sem inspiração não é tão ruim quanto parece,
é quase como o último ar antes do mergulho,
o último suspiro antes da paixão,
o último verso antes do final.

O último poema antes de silenciar tudo.

O último silêncio antes de finalmente ir embora.