Poesia da explicação
de quem teme excessos,
meus versos são versos de loucura e dor.
mas meus versos são belos,
entrevados, cegos,
que contém um tanto de alegria e amor.
os meus versos são vis,
relatórios febris
de uma paixão já há muito esquecida,
pois meu versos entendem,
que gritam que mentem
para dar algum sentido à nossa vida.
alguns versos sórdidos,
errôneos e mórbidos
mostram mais nada além de confusão,
e os versos vendados,
escondidos, ralos,
devolvem a forma à desesperação.
os meus versos combatem
esse esquema tático,
esses versos sádicos,
poetas fracos,
mal iluminados,
mal intencionados
de arma na mão.
os meus versos desarmam a ignorância,
as nobres campanhas de acabar em vão,
obedecendo a esse mundo tão
e ao mesmo tempo tão pequenininho...
os meus versos são versos
estranhos no ninho,
não deixam sozinho
o poeta na mão.
são versos com carinho,
versos no caminho,
caminho de luz e exasperação.
e se ainda tens dúvida
da poesia súbita
que de hora em hora canta uma canção...
vá tirando um sarro
que do poema eu varro
e derrubo essa burrice no chão.
os meus versos são versos
de quem faz os versos
pra mostrar que o dia ainda teima em nascer.
os meus versos são versos,
meus queridos versos,
que ainda hoje escrevo sem saber porque.
os meus versos intensos,
sem alma, quebrados,
um vulto rasgado do meu
querer bem.
são meus versos tão versos,
humildes regressos
que somente levam a enxergar além.
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