quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

o baú do poeta

o sentimento exacerbado,
tão peculiar de quem nunca escreveu,
deve ser guardado à sete chaves,
e nunca exposta ao interior da alma.
que alma? posso dizer,
e aí nada é direito,
tudo pode ser corrompido quando não há o que falar,
mostre-se através de relevâncias e descreva-se quando for morrer,
não antes.
mas como fazer?
simples,
não pergunte à quem escreve o que se sente,
as almas dos poetas, junto com seus corações,
são esquecidas e jogadas às traças
para que ninguém um dia saiba quem as conjurou.

num baú o poeta tem uma alma que ele mesmo criou e assim será,
quem discute? é impossível tentar adentrar o inimaginável
e mais incrível é aquele que nunca tenta.

inventa.
transcende.
aguarda.
finge.
acaba.

inventa o seu eu inentrável,
transcende a dor,
aguarda o conhecimento,
finge que sente
e acaba mágico.

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