confissão
venho por intermédio deste poema ridículo
que te amei, mas não tive coragem de dizer,
te quis mas não tive coragem de falar,
te desejei mas não pude contar,
e morri sem que soubesse onde estava.
também gostaria de compartilhar aqui
que de todas as mulheres que nunca souberam da minha existência
você era a mais linda,
mas eu era muito covarde e logo, nada fiz para chamar tua atenção,
não pude suportar o desconforto de te ver passar todo santo dia na praça e me contentava em ver apenas o que meus olhos imaginavam.
criava pra mim uma loucura boba,
uma visão turva do futuro bom contigo.
ao teu lado tive carinho,
ternura,
conheci o amor e o sexo,
enfim soube ter família,
não desmembrada e triste como a minha,
mas alegre como um dia de sol.
com você me vi um espírito de luz,
vagando pela humanidade com um propósito desconhecido e até malicioso de ser,
e nada mais era de se querer como o próprio querer bem que se quis,
e o próprio amar bem de se amar,
sem nem pensar,
sem nem olhar para trás.
e lutando contra mim mesmo voltei a mim,
lutando contra tudo e contra todos, voltei a tudo e contemplei todos
e nada mais queria que a própria vontade pudesse me dar,
e nada me dariam que a própria alma pudesse transformar
e o sentimento vai se indo ao vento de ventos que os próprios não iram mais soprar,
e a tua beleza é de fato, tristeza, que eu todo triste me pus a pensar.
que será?
a felicidade é tão ruim assim,
pergunto nesta carta póstuma e desequilibrada
que provavelmente não lerás
e à leitura que nem a essas letras não mais causará,
o transtorno tornado, de um transe acabado e uma poesia mal acabada
e tosca,
não faria mal à uma mosca,
nem que fosse para me salvar.
venho por intermédio desse poema ridículo lhe dar motivos para me querer,
e que em teu grande leito de silêncio possa ouvir meus sussuros
e chorar a noite e pela noite adentrar
sem ter a quem recorrer,
sem nem onde andar.
e também digo que chego ao fim,
sem nem ao menos chegar.
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