terça-feira, 13 de outubro de 2009

Poesia da frustração

Eu queria ter aberto a porta,
eu queria ter imaginado,
eu queria ter despejado
toda a minha vida morta.
Eu queria ter visto o verde,
eu queria ter visto o azul,
eu queria não ter ficado cego,
eu queria mais da vida,
eu queria abrir os olhos
para ver a tirania.
Eu queria não ser poeta,
eu queria não ter alma,
eu queria não ter chorado,
eu queria estar presente
eu queria a vida toda.
Eu queria ter um barco,
navegar pela tormenta
dessa vida sem retorno.
Eu queria muita coisa,
e também não queria nada,
sempre que eu quero algo
é triste verme acabado
eu queria ser capaz de terminar este poema,
eu queria ser amado por alguem de vida plena.
Eu queria ser desenho animado.
Eu queria ter mãos firmes,
mãos de homem calejado,
a esperança infundada
triste fim de ser amado.
Eu queria uma casa,
dentro dela uma avenida,
pra poder andar por dentro
da sua alma perdida
alma essa que é minha,
por toda a minha vida,
até que o pesadelo
se torne minha ferida.
Eu queria ter mil rosas,
mil rosas sem pé de atleta,
queria eu ser poeta,
transformar amor em prosa.
Eu queria ter olhado
pra tudo sem fingimento,
ser capaz do firmamento
jamais ter desabrochado
Percebo que querer muito,
seja coisa muito errada,
nunca fiz nada na vida
que devesse ser lembrada.

5 comentários:

  1. "Eu queria muita coisa,
    e também não queria nada,"
    me vi aí.. me encatei!
    muito muito muito bom *-*

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  2. Meuu anjo esse poema é muiito fofoo...tinha que ser vc que postoo né srsrrs
    te adoro muito
    beijoo anjaa

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  3. Concordo novamente. Muito, muito bom. Encontrei 3 momentos, q se entrelaçam sem se sentir. Gostei muito! e sim, devidos parabéns a vc, q sempre me surpreende.

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