lutem, queridos,
se juntem,
marchem,
se encaixem em vidas de outros,
problemas dos outros,
massas.
vamos aqui e agora,
com voz, sem demora,
invadam, quebrem,
briguem, gritem!
fortemente armados...
arrasados,
com cabelos e orelhas puxados
por papais e mamães,
com a mesada cortada
sem dó,
com os braços quebrados
e com choros sem lágrimas,
vidas opostas ou passadas,
alguns já viram esse filme,
e repetem as falas conforme essas passam,
e matam,
matam,
se matam por dentro e por fora,
perdendo a identidade no sistema,
sistematizando as lutas plenas,
um peronismo moderno e ainda sem rosto.
mas esperem, amigos queridos,
companheiros de batalha,
cassetetes, maças, gás lacrimogêneo!
que tal olharmos isso com outros olhos,
que tal mexermos nos brios e ódios,
não deveríamos nos querer bem?
nos que do protesto somos mesmo amantes,
deveríamos ser mesmo, estudantes,
antes de qualquer coisa.
não percam a vida e a oportunidade,
de nos letrar, pensar e ser pensado,
ser lido, vivo e operante,
só assim teremos mesmo voz.
o resto é só ser privado de sentidos,
e acima de tudo,
renunciar a juventude.
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