quinta-feira, 10 de novembro de 2011

pequenininha


como era pequenina a minha poesia,
tinha só um olho, mas ele não via,
que quem escrevia,
ia e desabava,
com a pobre da poesia,
por mais que escrevesse
já não conseguia nem sorrir.


como era pequenina a minha poesia,
tinha uma mãozinha, mas que não tocava,
e quando estava, meio não estava,
e quando eu chorava ela também chorava,
e quando eu apagava ela só gritava,
e quando eu gritava ela se assustava.


a poesia pequenininha,
metalinguística,
mística,
era como parte de mim.


não sei se eu a escrevia,
ou se ela se escrevia assim.

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