quinta-feira, 20 de outubro de 2011

o velho sábio e o moleque sabido

um velho sábio me ensinou
os mistérios da vida,
curas de feridas,
divinas comédias,
futuros e passados,
amargos e doces,
duráveis e breves,
pausadas e continuadas,
terrenos e céus azuis.

o velho também me disse
que tudo em mim valia a pena,
tudo em cada um era um pouco de mim.
eu mesmo é claro, não me entendia assim,
dormia e acordava como todo mundo,
comia melado e me sujava todo,
tinha podres e tristezas que só vendo!
mas ele disse que não importava,
que eu era amado por quem não sabia,
a vida eterna eu então contemplaria
e me veria acima de todos os outros.

eu perguntei ao sábio
sobre o meu futuro,
sendo tão especial, eterno,
quem seria o meu eu moderno,
e se o que faria era salvar a todos...

ele disse, seu destino é negro,
estás fadado ao esquecimento,
pois a tua vida não é mais só tua,
e o que sobra a noite me leva.

fiquei sem entender nada,
e resolvi só viver a vida,
que mesmo que já perdida,
sabia eu o significado.

coloco um ponto aqui,
uma vírgula ali,
e sei muito bem ser imortalizado.

atráves de minhas fragilidades,
conto as idades da terra,
e o velho sábio se torna cada vez mais velho,
e menos sábio.
e eu vou crescendo e envelhecendo,
finalmente entendendo meu papel na terra.

subjetivar as intelectualidades,
e intelectualizar os infinitivos.

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