terça-feira, 5 de abril de 2011

poema escrito sob a antiga porta de carvalho riscado

tenho um mundo de incertezas,
caretas, pequenas mesas,
presas e entrevadas,
entrevistas,
pessoas mal amadas,
aniquiladas por dentro e por fora,
outrora felizes querendo morrer.

a dignidade se vai em cada esquina,
e o momento é encerrar-se,
iniciar-se como homem,
aos que somem,
se escondem,
ainda que montem um cavalo branco de esperança,
quem se alcança em sua sombra,
furando a onda da vida,
se dar ao vento e ler a beleza
de véu e burca.

de um jeito ou de outro,
um trevo, um morto,
um tempo, um desgosto
de julho à agosto,
um simples, composto
de um bem querer,
se dar, se abater,
lidar, se opor ao por-do-sol,
em prol do amor,
viver sem ver o tal,
a alegria,
irradiar,
infinitivo,
sorriso de ver amor sem cor,
sem dar nem receber.

profundidade,
olhar nos olhos e ter,
entrar nos sonhos e confirmar
sem entender aquilo,
sem medo de perguntar.
por que isso acontece?
temos que ler coisas desse jeito?
ao menos impondo respeito
consigo não ser em vão.

e perdurar, e perdoar,
mesmo sem um pingo de dignidade.
mesmo sem um pingo de mim mesmo pra contar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário