terça-feira, 12 de abril de 2011

antigamente

antigamente me sentia estranho,
sem cor, sem desejo,
antigamente não sentia gosto,
nem mesmo o gosto do beijo,
sempre entrava em confusões tremendas,
aquém da minha compreensão,
quando saía, pior a emenda
de quem me pôs nessa situação.

antigamente eu me sentia fraco,
jogado, exposto, cuspido ao chão,
não tinha forças para um abraço,
um afago, fosse, um sorriso, um não,
quisera eu estar tão de repente,
sempre contente em uma só razão,
quiseras tu fazer de mim carente,
sem teus amores, num só coração.

antigamente eu me fazia eterno,
que perdurasse na memória tua,
sempre que olho pras estrelas berro,
teu nome em minha mente sempre nua.
e agora entendo que já não consigo,
deliberadamente já me esqueço,
o que um dia fiz, te dei abrigos,
pra rejeitar de novo o que ofereço!


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