sexta-feira, 29 de abril de 2011

período

não sei o que escrevo.
me sinto cruel demais, escuro, turvo,
em cima do muro, em trevas, cantando aos quatro ventos,
venenos, ventosas, loucas, nossas,
como são nossas as esperanças!
quem espera, nada alcança,
aumenta a pança e as dores,
de cabeça e de amores,
de tristeza e só.

não sei o que faço,
não tenho quem dê um abraço,
me invento, escasso,
problemas demais,
cinema demais,
a vida estranha demais,
eu quero paz,
mas só um pouco,
não tanto assim,
que de tanta paz morre um desavisado,
de tantas atribulações,
morre, sem tempo, um sonho.

que sonhos são esses meus que não morrem,
nem se realizam,
procuram só abrigo,
algo que lhes dêem sentido,
algo que me queira bem,
então vem cá, amor,
e juntos nos apaixonemos por nós mesmos,
sem ter nem de direito,
aquilo que nos quer também.

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