sábado, 1 de janeiro de 2011

e foi apenas uma noite estranha e triste

que serventia tem as más impressões da vida,
e as pessoas, tão atiçadas com suas próprias convicções
que dizem que tudo está tão vivo, mas por dentro estão mortas?
esperando alguém socorrê-las,
esperando o anúncio das trombetas,
esperando um sinal
e sempre traindo seus sonhos.

sonhos.
com o quê ou de quê são feitos?
quisera eu poder apalpá-los, ou pisar em cima
como grama fofinha ou terra molhada.
do quê são feitos os sonhos,
tão escondidos na beleza das coisas e tão
comedidos em acometerem-se?
e contentamo-nos..

com tanto poder podre nas mãos
ainda mais podres,
como pode um sonho nascer,
ainda que seja um sonho pequeno,
ainda chorando e querendo acalanto,
querendo ainda afirmar-se?
mãos pálidas ainda existem
e são encontradas nos mais distantes cantos do mundo,
mas existem sim.
e encontrá-las é o desafio.

encontrar um sonho,
uma esperança,
encontrar um encontro que seja.
nem que o tal encontro se esconda no sonho,
e encontrá-lo já se torne um sonho,
e sonhar já seria encontrar
e então acabaria o choro.
então acabariam as tais mãos pálidas,
e então não sofreríamos mais.

a pureza não se tem, se compra, se faz acreditar,
e quem acredita em pureza, se não tem pra quem vender?

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