segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

um conto de natal (e suas prioridades)

um dia eis que acordo com ar diferente,
algo em mim se sente em uma outra época,
acendo velas, faço mil pedidos,
e minha casa parece floresta
com uma árvore no meio da sala,
diversas frutas espalhadas pela mesa,
um sorriso em cada esquina.

vou atabalhoado me adaptando,
me acostumando a ser de outros tempos,
menos venenos, trabalhos, dilemas,
menos problemas que tenho de enfrentar,
ponho a enfeitar a casa, a família inteira,
sem eira nem beira podemos estar,
mas se uma bola brilhante puder pendurar,
sinto que o dia valerá e muito.

sem muito mesmo ainda me alongar,
faço um pedido que será meu último,
quero um natal para as crianças pobres,
e que esse não seja meu último,
mas se a morte quiser me levar,
desprevinido estarei e nu,
ou durante a ceia a me empanturrar,
me engasgando com pedaço de peru
aceito.

mas quando o sol nascer no outro dia,
esse amor sairá de meu peito,
estarei desfeito bem mais gordo e mau,
mas pensem pelo lado bom,
vai faltar nem dois meses para o carnaval!

Nenhum comentário:

Postar um comentário