sexta-feira, 3 de julho de 2015

autonomia

era triste.
o tempo das desesperanças
finalmente tinha chegado.
mais que o vivo e o simples
era simplesmente o triste
e tudo nele contido
(principalmente os amores quebrados e as dúvidas)
sim,
parecia sem ter solução,
mas tudo tem o fim desejado
e as mudanças ocorrem junto com aquilo que ajuda a crescer as unhas e os cabelos.
era triste,
nas agora já nem me lembro,
o que antes era tão dentro de mim, foi engolido,
fagocitado
pelas alegrias subsequentes
eu tenho o peso do mundo nas minhas escolhas
e não só isso,
como também o contrário,
e nesse contrato que faço diariamente
com teu deus
ele me livra de alguns impecilios,
não sem antes me ensinar algumas lições.

era triste
e no verbo me fiz pretérito
e preterido pelo mundo inteiro
me fiz ferido
preferido de mim mesmo,
como deve ser.

era triste,
mas nos adjetivos me escondi o quanto pude,
vendo filmes e sonhando ser protagonista,
tramas, belas damas e vistas
rimas no meio do nada me davam risada
e era gostoso rir, mas podia acreditar.
mas fiz o que quis dos meus dias,
e assim mesmo pude ser dono do meu próprio medo.

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