sexta-feira, 12 de outubro de 2012


a fisiologia do pensamento

penso não invento,
no mais, não converso,
converto meus temas,
diversos poemas,
morfemas e lemas,
frases de efeito,
carrego no peito ideologias
quebradas, falhadas,
faladas e mortas,
sem luta, na luta
me inverto no inverso
subverto os congressos,
contradizendo defeitos,
tristezas
e vivendo em caretas.

penso não nego,
mas nêgo, não pensa
e negro me vejo,
no espelho me orgulho,
num pulo ressalto,
cultura no trago,
meu olho arregalo,
a olheira do sono,
não perco de vista,
sou nobre artista
a palavra me entrego
de verde, amarelo,
cores vivas,
cores,
eu corro em rios correntes,
preso as correntes e mentes
em estrofes gigantes.

penso e escrevo,
me embaralho, me calo,
me turvo, me fumo, me bebo,
me cravo no peito, na mente os enredos,
me escuto, me minto
me sou verdadeiro,
pensando eu adianto,
falando me esqueço...

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