um mistério de cabelos longos, um poeta esforçado
de tudo que vejo tiro um tanto,
de tanto que vi um dia me espanto
de todas as coisas que trouxeram pranto,
a felicidade é da qual me escondo.
do centro da cidade, ao engenho de dentro,
do bairro de fátima ao flamengo então,
todos os caminhos me levam a ti, sempre a ti,
e em ti me acho um tanto em vão,
ou não e me faço falar, escrever, enervar,
enebriar de intensidade,
barbaridades à parte eu me sinto assim.
um ritmo rimado, um traço mal marcado,
um verso transloucado, sádico,
trágico ou um tanto mágico,
o que eu vejo é simples e claro,
um emplastro plástico e pré encharcado
com a beleza prática e despercebida à olhos destreinados,
miopia leve e breve, até vir a magia de trevas que a pequena há
de oferecer.
mas o mistério, térreo e entrevado,
que me deixa um pouco desacordado,
acordado de olho fechado,
pra dormir demoro uma música e meia,
mas vale a pena viver, e ver,
viver pra ver o que não vejo tanto,
mas que de pouco já não sei viver ser ver.
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