terça-feira, 1 de março de 2011

um mistério de cabelos longos, um poeta esforçado

de tudo que vejo tiro um tanto,
de tanto que vi um dia me espanto
de todas as coisas que trouxeram pranto,
a felicidade é da qual me escondo.
do centro da cidade, ao engenho de dentro,
do bairro de fátima ao flamengo então,
todos os caminhos me levam a ti, sempre a ti,
e em ti me acho um tanto em vão,
ou não e me faço falar, escrever, enervar,
enebriar de intensidade,
barbaridades à parte eu me sinto assim.

um ritmo rimado, um traço mal marcado,
um verso transloucado, sádico,
trágico ou um tanto mágico,
o que eu vejo é simples e claro,
um emplastro plástico e pré encharcado
com a beleza prática e despercebida à olhos destreinados,
miopia leve e breve, até vir a magia de trevas que a pequena há
de oferecer.

mas o mistério, térreo e entrevado,
que me deixa um pouco desacordado,
acordado de olho fechado,
pra dormir demoro uma música e meia,
mas vale a pena viver, e ver,
viver pra ver o que não vejo tanto,
mas que de pouco já não sei viver ser ver.

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