segunda-feira, 14 de março de 2011

certo dia

ela apareceu, ainda rindo,
constrangimento de atraso,
mas que não por culpa dela
acabou por tirar-lhe tempo de vê-la,
brilhando de beleza, aquele ar de irritada,
cansada de ser, da jornada,
ele enervou, pensou e aí já era tarde,
como uma ilusão, ele andava,
como se em nada fosse, pisava,
e tudo que via era meio sombra, longe de casa estava.

lugar vazio ainda que cheio,
só a via e a vida vivia,
sorria pra ela, ela não,
nervosa.
sorria pra ele,
ele não, incrédulo,
que fenômeno que era
e quando acabaria?
não sabia.

a noite cai,
todos saem, mas não!
que desconforto é ver,
como uma provação pela qual tem que passar,
como um teste,
de sua boca não sai nada que preste,
investe e perde,
sem nem querer.
quem iria ser senão o mesmo de sempre?
querendo mostrar esperança e desassossego,
algo que a fizesse entender,
o que é o infinito?
senão um momento bonito
do qual não queremos
nem nos permitimos desprender.

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