terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Corrente

Junto da carne vem o absurdo,
e junto do absurdo vem a catástrofe,
e junto da catástrofe vem a redenção,
e junto da redenção vem o perdão,
e junto do perdão vem a culpa,
e junto da culpa vem a tristeza,
e junto disso tudo
vem a vida,
cruel e indecisa,
que não te deixa descanso,
apenas o leve descaso,
onde não há simples abraço
que o mantenha amável,
afável,

ileso.

Preso com todo o peso
de viver sem rumo,
sem medo,
sem jeito.

Desconheço a palavra que me auxilie
nessa hora nebulosa,
em que escrever o poema me dói
mais que a angústia de viver escrevendo,
sem a menor perspectiva de me libertar,
nem amar quem necessita ser amado,
sem cantar quem precisa ser cantado,
sem beijar quem precisa ser beijado,
nem morrer quem precisa ser vivo,
e me dar suas dores e seus pesares.

Se pudesse colocava tudo numa garrafa,
bebia de uma vez,
pra vomitar esperança,
e talvez um pouco mais de talvez.

O mundo precisa de menos sim e menos não,
a dúvida é essencial, pra quem não sabe o que quer.

4 comentários:

  1. muito foda, mas achei o final mais foda ainda!
    parabéns cara, tá mandando benzão!

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  2. Volteeeeeeeeeeeeeeeei õ/
    qualto tempo, meldels.
    A M E E E E E E E I.
    Concordo plenamente ctg, nos dias de hj as pessoas se cobrar muito coisas exatas tipo o sim e o não, e pela pressa da resposta as vzs tomam-se atitudes que depois vão causar TANTO arrependimento.
    Deixa a duvida permanecer, que a certeza que vem de mancinho quando chega, fica! =D

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  3. Muito maneiro esse blog cara! Continue escrevendo!

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  4. Concordo plenamente. A dúvida é o que nos faz pensar. Vc começou com afirmativas, passou às negativas e finalizou com a dúvida, o talvez.
    Muito bom.
    Bjos!
    =D

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