reflexões de fim de vida
outro dia desses me olho no espelho e vejo que estou a morrer,
veja bem, sou velho e tenho tendências a paranoias hipocondriáticas,
segundo meu analista.
resolve me consultar,
tirar teimas e fazer exames.
digo a ele "doutor! estou sentindo coisas estranhas,
acho que é como se fosse o fim,
mais um pouquinho terei gripe ou derrame".
ele responde com um sorriso, já guardando o receituário,
chego em casa e rapidamente me olho no espelho,
rugas por toda parte, pelancas, expressão agitada e de poucos amigos.
a maioria deles morto ou casado.
acaba que estou só ficando velho,
o reflexo me conta sussurrando que me preocupei demais
e amei de menos.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
quarta-feira, 29 de maio de 2013
especialidade
como volto a escrever de amor sem nunca ter sentido?
amor. ora, não é experiência científica,
nem tampouco pensamento filosófico.
amor é um comichão que dá no pé quando tiramos a meia depois de um dia árduo de trabalho,
amor é o lado direito da cama,
amor é dois pratos, dois copos, quatro talheres,
amor é contas a pagar quando não se tem dinheiro para se sustentar.
amor é fralda suja e notas baixas de colégio,
longas conversas sem jeito sobre sexo,
é gripe forte, catarro, febre, lembranças, cobertores, sabores e cheiros,
amor é segurar as mãos até o último dia de segurar as mãos. é tagarelar sobre o aumento dos preços.
é criar rugas de preocupação antes dos 40,
é jogar fora coisas novas e aproveitar coisas feitas à mão pela vovó.
amor é isso e muito mais,
mas o mais interessante é que mesmo sabendo o que é o amor,
nos damos conta que dele mesmo, nada sabemos.
como volto a escrever de amor sem nunca ter sentido?
amor. ora, não é experiência científica,
nem tampouco pensamento filosófico.
amor é um comichão que dá no pé quando tiramos a meia depois de um dia árduo de trabalho,
amor é o lado direito da cama,
amor é dois pratos, dois copos, quatro talheres,
amor é contas a pagar quando não se tem dinheiro para se sustentar.
amor é fralda suja e notas baixas de colégio,
longas conversas sem jeito sobre sexo,
é gripe forte, catarro, febre, lembranças, cobertores, sabores e cheiros,
amor é segurar as mãos até o último dia de segurar as mãos. é tagarelar sobre o aumento dos preços.
é criar rugas de preocupação antes dos 40,
é jogar fora coisas novas e aproveitar coisas feitas à mão pela vovó.
amor é isso e muito mais,
mas o mais interessante é que mesmo sabendo o que é o amor,
nos damos conta que dele mesmo, nada sabemos.
domingo, 26 de maio de 2013
a filha da flor.
como uma flor,
cujas pétalas seguem seu curso natural e desabam alturas exorbitantes de inúmeros centímetros,
eu disfarço meus cheiros, meus medos,
cheios de saudade e alegria,
sinto mesmo é vontade de chorar!
mas flor não chora menino! dizem.
quem disse? respondo,
não bata numa flor,
ferida pela saudade, ainda nova
ela chora,
chama pela mãe, mãe não responde,
cortada foi, já.
e as pétalas caem, feias como flores de drummond.
como uma flor,
cujas pétalas seguem seu curso natural e desabam alturas exorbitantes de inúmeros centímetros,
eu disfarço meus cheiros, meus medos,
cheios de saudade e alegria,
sinto mesmo é vontade de chorar!
mas flor não chora menino! dizem.
quem disse? respondo,
não bata numa flor,
ferida pela saudade, ainda nova
ela chora,
chama pela mãe, mãe não responde,
cortada foi, já.
e as pétalas caem, feias como flores de drummond.
Assinar:
Postagens (Atom)