segunda-feira, 6 de junho de 2011

vômito

não sei o que escrevo, sei que é puro sentimento,
estranho ver a mente funcionando,
que serventia há aqui, santa ignorância?
é um privilégio a minha mediocridade,
vem as palavras de dentro e querem tirá-la de mim?
com que direito sou eu imaculado por coisas irrisórias,
coisas que não sei como explicar,
juntar tudo, fazer falar,
cantar, e escrever?
perguntas sem respostas, guitarras, feridas a mostra,
é o olho do guerreiro que treme antes de matar,
é a caneta, que cai da mão quando vai riscar,
é a borracha que rasga o papel quando vai apagar.
não quer apagar.

nada apaga,
o que fica são lembranças borradas,
que são encontradas, na verdade em qualquer canto do mundo,
seja você pobre, imundo,
seja você rico, insosso,
seja a minha vida a sua,
intensa ou morta.
seja.
simples, exposta,
cortada e arrancada,
arregaçada com palavras fortes e muita 'merda' para todos.
mas não há todos, estou sozinho, posso assegurar,
poemas curtos e divindades a adorar,
não acredito em nada, nem tenho do que reclamar,
encho poemas de verbos para nada,
nem em mérito algum entrar, e volto a mim.
sempre assim, repito palavras, expressões,
morte, negro, podre, coisas que impressionam,
na verdade de nada importa,
minha mente é perturbada como a de todos os outros ridículos que passam por aqui,
que desmaiam de decepção.
não quero saber.

um toque mágico, borboletas,
ninfetas fazendo caretas,
devaneios,
versos feios,
frases feitas,
de tudo um pouco.
a escolha é sua,
o que fazer?
o que ler?
a quem recomendar, se valer a pena.
sinceramente, recolho-me à minha insignificância

um poema não é lugar para reflexões,
percepções à toa.
um poema é luz de velas,
é felicidade instantânea pra qualquer pessoa.

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