sábado, 27 de fevereiro de 2010

Devaneio.

Ao meu melhor amigo desde sempre, Pedro Vargas.

Estava eu sentado em uma pedra branca
a vida passava devagar, que eu nem sabia
o que imaginar,pra onde olhar,o que viver.

A pedra era numa praia viva,
verde mar,
praia branca como o véu,
feita com o pincel de Deus,
até os ateus nessa hora se rendiam a grandiosidade
de algo maior,com valor.

A praia era num lugar deserto,
mais deserto que o nada,
que sei eu?
tudo aqui onde a vista alcança é o breu do avesso
a cavidade do vazio
a confusão do intocável.

Esse lugar era um mistério pra mim,
guardava a felicidade e a solidão,
tudo era cinza,menos a pedra,a praia,a vista,
ah ! que vista...

De repente vi um clarão,
não estava mais lá,
estava agora aqui mesmo,
na mesma rua de sempre,
no Centro da cidade,
onde trabalho,
e fujo.
Fujo...
Fujo para esse lugar só meu,
dos problemas e soluções daqui,
pras soluções e amores de lá.
Vinde a mim os desabituados,
descontentes,
descontrolados,
frustrados.

Venham e mergulhem aqui mesmo,
bem perto,
fechemos os olhos, todos apontando
na mesma direção,
e então?
Você está livre?
já posso ver a pedra branca,
e você, consegue com clareza desviar-se de tudo?
é difícil.

Comece abrindo um sorriso.

2 comentários:

  1. Não fujo!
    Curto encarar o Centro da Cidade de maneira mais viva, mais vida, menos morte!
    Pode ser a pedra branca, não sei...
    pode ser o que você quiser.

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